quarta-feira, maio 13, 2009

Almoço grátis (Geraldo agradece)

geraldo apavorado em seus dias
de inexorável solidão (ausente
dos ávidos clamores de quem não sente
o gume e a fome das manhãs tão frias)

já não destila mais filosofias
(e era ele um orador ardente):
agora vai de encontro à sopa quente
rejeitando lagartas e arrelias.

a idade (diz geraldo) não perdoa
(diz ele que muito na vida amou
a cátedra: e diz que amou à toa

porque no desemprego se finou).
a sopa sorve. agradece a lisboa
a caridade que hoje lhe doou.

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