Poema autoantiecológico
eu vivo nesta floresta de enredos
perdido para mal dos meus pecados
do qual o mor é não saber olhar
em ti mais do que esse teu olhar.
eu já me dei às parcas e aos fados
mas eles não me querem aceitar
eu já bebi na fonte dos enganos
e ali bebi durante muitos anos.
e satirizo sempre os meus medos:
eu sou aquele que abre à tormenta
um peito alcatroado e sempre intenta
decifrar o que de amor são infectos
venenos tais como nitrofuranos.
por isso não são os meus versos ledos
por isso meus humores são mais pesados
metais que contaminam este ar
dos poemas em que já não sei nadar.
e hoje sei que estão contaminados
a floresta e as fontes por tiranos
poetas tais como eu. fossem putedos
ou fossem antes brincar na placenta
da terra: desagregariam lenta
e mais naturalmente estes dejectos
poéticos que ainda duram anos.
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